24 maio 2015

The Age of Adaline






Foi a inacessibilidade de Adaline que me cativou. O porte intemporal, o charme erudito, a classe omnipresente. Inacessível não pela natureza do seu carácter mas pela contrariedade da sua condição. Literalmente uma “old soul” presa num corpo jovem, eternamente presa nas malhas do tempo, sem destino, sem evolução. E o filme é inicialmente bem-sucedido a transmitir esse distanciamento, simultaneamente atraente e intrigante. A caracterização física de Adaline é nisso parte fundamental, e Blake Lively assume os figurinos com paixão e atitude; é aquele dito de que “a mulher é que faz o vestido, e não o contrário”, sabem?






E depois o amor entra em cena. E apesar de alguns clichés, a história até é desenvolvida com uma certa graça e encanto! Confesso que a “bookworm” em mim ficou derretida com a entrega das “flores”…oh well! 


Até que chega a segunda parte. E momentos que pediam mais envolvimento, mais confronto, mais emoção, passam quase de mansinho, de forma muito linear. A revelação tem muito menos impacto na dinâmica da relação (amorosa e familiar) do que seria esperado, descambando quase de imediato num artifício narrativo previsível e precipitado, somente para compor o final feliz. 





The Age of Adaline” é, no seu âmago, agridoce. Gostei da construção da personagem principal, cativante na sua incapacidade de pertença, mas o desenvolvimento final da narrativa sentiu-se apressado e forçado, retirando-lhe a invulgaridade que podia muito bem possuir.


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