07 outubro 2011

28 Days Later


O conceito afigurava-se interessante: um vírus mutante como o motor de uma epidemia de zombies, metáfora dos actuais fenómenos de raiva e violência.



E inicialmente é eficaz: sente-se um temeroso ambiente pós-apocalíptico, de desconfiança e incerteza. A imagem é grosseira e tremida. Luta-se pela sobrevivência ou por manter uma réstia de humanidade? Poderá uma existir sem a outra? É essa viagem que Jim e os seus improvisados companheiros terão que fazer, após esses perigosos e enigmáticos 28 dias.




Cillian Murphy e Brendan Gleeson estão espantosos e, ao contrário da fotografia e montagem, a música parece ser o único elemento que transmite paz e esperança ao cenário desolador que nos é mostrado.

Infelizmente, a partir do momento em que se inserem os militares, o filme perde tanto orientação quanto força, na minha opinião. Poderá argumentar-se que o comportamento destes questiona novamente o dilema sobrevivência versus humanidade. Contudo, o meu problema é que o filme parece perder-se nos dois temas, desvalorizando a questão dos zombies e não se concretizando de forma satisfatória.




"28 Days Later" consegue ser assustador ao mesmo tempo que promove algumas reflexões. Tem uma excelente banda-sonora e possui alguns planos magníficos, como o de Londres deserta. Mas, para mim, não funcionou completamente, não foi capaz de assegurar a sua premissa, por isso foi com alguma desilusão que vi surgir os créditos finais.

2 comentários:

  1. Dos melhores filmes de terror da década, sem dúvida alguma. Cillian Murphy está, de facto, qualquer coisa de extraordinário neste filme! Excelente análise ;)

    Sarah
    http://depoisdocinema.blogspot.com

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  2. Obrigado Sarah ;)

    Também gostei muito da interpretação do Cillian Murphy!

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