28 junho 2010

Moulin Rouge


[Spoilers]





Truth - Beauty - Freedom – Love...
Above All Things This Story Is About Love



E que belo e inspirador hino ao amor é Moulin Rouge!

Sob as luzes e visões pecaminosas do inebriante Moulin Rouge, Christian, imberbe poeta inglês determinado a celebrar o amor na boémia Paris de viragem de século, vê Satine, a mais bela, a mais desejada, a inatingível cortesã desse Moinho que, ao ritmo do cancan, punha à roda as cabeças de todos os homens!




Coube ao acaso ou à sorte ou, quem sabe, ao destino, juntá-los no luxuoso quarto do Elefante: ele, já pura e irremediavelmente apaixonado, tenta convencê-la a apoiar a produção teatral, celebrante dos valores boémios, “Spectacular, Spectacular”; ela, smoldering temptress, confunde-o com o Duke, esse nobre apenas de título que ela julga poder torná-la uma estrela, uma verdadeira actriz, mas que aspira obsessivamente a possuir Satine, reclamando-a como dele e só dele! Christian declara-se apaixonadamente, cantando a “sua” poesia e Satine, rendida, confessa igualmente o seu amor! Surpreendidos pelo Duke, é por mentiras e malabarismos que, apoiados por Harold Zidler (director do Moulin) e pelos filhos boémios da Revolução, vão camuflar o seu amor no tal “Spectacular, Spectacular”, apoteose dos 4 grandes valores!




A magnificent, opulent, tremendous, stupendous, gargantuan,
bedazzlement, a sensual ravishment.
It will be: Spectacular Spectacular!




Moulin Rouge é revolucionário! Absolutamente! Moulin Rouge é um turbilhão extravagante de cor, música, cancan e paixão! Ao apropriar-se de toda uma cultura pop e música icónica, reinventa o género do musical, dando-lhe esplendor e vitalidade! Como não se deixar contagiar pela apresentação do Moulin, com cancan e Nirvana à mistura? Ou não ficar rendido à declaração de amor de Christian a Satine, num medley de silly mas arrebatadoras love songs, sob o céu da mágica Paris e a bênção de uma lua tenor?
Moulin Rouge é opulento, contagiante, exuberante! Numa primeira parte, tem um lado mais cómico e descomprometido, bem patente na personagem do Duke, insinuadoramente ridículo, fraco e “cego” ou ainda nos filhos da Revolução, encabeçados pelo peculiar Toulouse – Latrec! Mas essa exuberância, inicialmente animada, encontra-se depois com o drama, resultando em memoráveis e comoventes momentos: o poderoso “El Tango de Roxanne”, essa dança que pertence apenas a dois, é a perfeita representação da fragilidade do amor quando o ciúme e a obsessão comandam; dos míticos Queen, o sublime “The Show Must Go On”, belo e devastador, quebra-me o coração de todas as vezes!


The show must go on, Satine. We're creatures of the underworld.
We can't afford to love
.


É Baz Luhrmann que dirige, e que genial realização, mas são Nicole Kidman e Ewan McGregor que brilham! E como não? Kidman é fogo, mas também delicadeza, McGregor é dedicação e carisma; conjugando irrepreensíveis talentos vocais, criam um dos pares mais românticos, trágicos e inesquecíveis do Cinema! Que magníficas interpretações! Realço também a brilhante composição de Jim Broadbent, que no papel de Harold Zidler tem o seu momento alto no já referido “The Show Must Go On”! Para além disso, tudo é perfeito em Moulin Rouge: fotografia, guarda-roupa, coreografia, banda – sonora! E neste ponto, que dizer de “Come What May”, o hino dos amantes escondidos? Que requinte esplêndido e entusiasmante!





Never knew I could feel like this. Like I've never seen the sky before.
Want to vanish inside your kiss, every day I'm loving you more and more.
Listen to my heart, can you hear it sing? Come back to me-
and forgive everything.

Seasons may change, winter to spring...
I love you 'til the end of time.



Nunca me canso de rever Moulin Rouge! Julgo que nunca me cansarei!
Fogoso, vibrante e apaixonante, é certamente um dos filmes da minha vida! Revolucionário, mágico, soberbo, inscreve-se na história do Cinema como um supremo novo clássico!




The greatest thing you'll ever learn is just to love,
and be loved in return.


2 comentários:

  1. Uma agradável surpresa que tive recentemente. Agradável não, uma "masterpiece" que me arrebatou por completo, e eu que não me dou com musicais :p Este desafiou-me muito tempo até que não resisti mais, e ainda bem!

    De facto neste ultrapassei o complexo e simplesmente me deslumbrei, mesmo. É, tal como dizes, uma espécie de revolução e reinvenção do género, depois de tantos anos fora de palcos maiores. E que feito, magnífico, um clássico absoluto, em que destaco a fotografia, a banda sonora (como não podia deixar de ser) e as interpretações. A de Kidman está abismal. Mas claro sem o argumento e sobretudo a arte na realização de Luhrmann nada disto existia.

    Rendi-me aos musicais eheh! Seguramente a este ficarei ligado para sempre, entrou inclusive no lote dos meus filmes preferidos.

    abraço

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  2. Jorge, fizeste muito bem em não mais resistir! ;)

    Estamos portanto completamente de acordo! Um absoluto e imperdível novo clássico!

    Abraço

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