14 julho 2013

Stoker





Stoker, poesia em movimento. Um jogo de cores e olhares e planos. Oh como é bom ser tão incessantemente seduzida! Um jogo de mistérios e segredos e manipulações. Oh como é bom ser tão delicadamente ludibriada! 






Em Stoker, nada é o que parece. E se o argumento é de raiz uma trama de olhares cruzados, meias palavras e dissimulações, a câmara de Chan-wook Park é, inquestionavelmente, o gran maestro desta perversa e magnética ilusão. A sombra do desconhecido, a inocência de um vestido esvoaçando no vento. A sinfonia de sapatos em crescendo. Família e sangue. O dedilhar do piano em intenso sufoco, em sublime erotismo. Família e sangue. Sangue e enigmas. Mia, perturbado olhar casto. Matthew, carismático predador. Ou como o mal, sempre arrepiante, pode constituir também uma surreal beleza.



"Just as a flower does not choose its color, we are not responsible 
for what we have come to be. 
Only once you realize this do you become free, 
and to become adult is to become free."


3 comentários:

  1. Agradável surpresa esta, como já referi é bom quando um filme nos diz tanto. E ainda bem que te disse tanto a ti como a mim :) Estas tuas palavras acertam em cheio e correspondem também elas à tal poesia em movimento com que podemos caracterizar este filme.

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    1. Foi dos filmes que mais me marcou nos últimos tempos...e como isso é bom! :)
      E obrigado pelo feedback ;)

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  2. Olá.

    Desde dou-lhe os parabéns pelo seu blogue. É sempre interessante ler criticas sobre filmes que passam um pouco despercebidos, ainda por cima feitas com muita competência e elegância.

    Aproveito para convidá-la a visitar o meu blogue: http://cinemasparaiso.blogspot.pt/.
    Este blogue aborda a história por detrás da existências de antigas salas de cinemas existentes (ou não) em Portugal.
    Espero que goste e peço que o divulgue, se quiser, pelo seu blogue.

    Obrigada

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