02 setembro 2011

Midnight Express





Tum tum…tum tum…tum tum…em tenso e sinistro sobressalto se instala este agouro que de imediato prende o olhar do espectador ao ecrã…assim nos é apresentado Williams Hayes, por entre fita adesiva, haxixe, suor e inconsciência. 

Segue-se um perverso desfile de repulsa e barbárie, concerteza exagerado para o que se anunciou como uma “true story”. Contudo, o argumento de Oliver Stone é eficaz na revolta e aversão que provoca no espectador, perante tamanha injustiça e desumanidade. Mais se pensarmos que, quase 40 anos após a história retratada, ainda existirão semelhantes ou piores infernos. Segundo um dos produtores do filme, o efeito desejado seria provocar ao espectador uma sensação de repugnância pelos actos das personagens. No que me diz respeito, o objectivo foi plenamente alcançado. Sim, o filme é repleto de violência, física e psicológica. E, surpreendentemente, ou não, a cena que mais me chocou não contém nenhuma. Pelo menos, não no sentido original de violência. Mas haverá algo mais agonizante que assistir à crua degradação do ser humano, despido de toda a sua identidade e dignidade, lado a lado com o sentimento de impotência de quem o ama? Vejam o filme e perguntem-se o mesmo.
 Brad Davis, numa segura e arrepiante interpretação, transmite intensamente a evolução da sua personagem, num percurso de dor, desespero e insanidade. John Hurt, embora secundário, é igualmente irrepreensível.

Tum tum…tum tum…tum tum, O final surge tão tenso quanto o início. Alan Parker não nos deixa novamente respirar. Ou esquecer.




2 comentários:

  1. Não poderia concordar mais com o que aqui está escrito. É um filme avassalador! :)

    ResponderEliminar
  2. Olá. Parabéns pelo blogger. Excelente postagem.É blogger a ser seguido. Gosto de cinema, filosofia, arte, política, música e literatura. DÊ uma olhadinha no meu. Será um prazer tê-la como seguidora. Um abraço

    ResponderEliminar