26 maio 2015

Quinta Temporada de Game of Thrones - Série versus Livros (Parte 1)


Este não vai ser um texto aborrecido e cego a queixar-me da série não ter seguido exactamente, sequencialmente, ao pormenor, os livros de A Song of Ice and Fire e de como isso os estragou em definitivo e irreversivelmente. Sim, a série não seguiu exactamente os livros. Por isso se chama ADAPTAÇÃO. O que funciona em página pode não funcionar no ecrã. E isso é flagrante principalmente em A Dance With Dragons, não tanto em A Feast for Crow, já que o último livro é mais pausado e menos pródigo em momentos WTF. Claro que esta conversa toda não invalida que eu possa não concordar com as escolhas feitas pelos criadores da série e é exactamente esse o motivo deste texto: uma análise comparativa entre o que já nos foi mostrado na quinta temporada (até ao sexto episódio) e os livros correspondentes. Vou começar pelas personagens/tramas que sofreram alterações e passo já a explicar que para mim isto significa, por exemplo, personagens que foram excluídas ou personagens cujo rumo/motivações sofreram uma volta de 180º, e não pequenas mudanças nos seus enredos mas que conduzem exactamente ao mesmo fim. Depois passarei às outras personagens. Vamos lá a isto?


Escusado será dizer que o texto que se segue contém spoilers dos livros e da série!!!






24 maio 2015

The Age of Adaline






Foi a inacessibilidade de Adaline que me cativou. O porte intemporal, o charme erudito, a classe omnipresente. Inacessível não pela natureza do seu carácter mas pela contrariedade da sua condição. Literalmente uma “old soul” presa num corpo jovem, eternamente presa nas malhas do tempo, sem destino, sem evolução. E o filme é inicialmente bem-sucedido a transmitir esse distanciamento, simultaneamente atraente e intrigante. A caracterização física de Adaline é nisso parte fundamental, e Blake Lively assume os figurinos com paixão e atitude; é aquele dito de que “a mulher é que faz o vestido, e não o contrário”, sabem?






E depois o amor entra em cena. E apesar de alguns clichés, a história até é desenvolvida com uma certa graça e encanto! Confesso que a “bookworm” em mim ficou derretida com a entrega das “flores”…oh well! 


Até que chega a segunda parte. E momentos que pediam mais envolvimento, mais confronto, mais emoção, passam quase de mansinho, de forma muito linear. A revelação tem muito menos impacto na dinâmica da relação (amorosa e familiar) do que seria esperado, descambando quase de imediato num artifício narrativo previsível e precipitado, somente para compor o final feliz. 





The Age of Adaline” é, no seu âmago, agridoce. Gostei da construção da personagem principal, cativante na sua incapacidade de pertença, mas o desenvolvimento final da narrativa sentiu-se apressado e forçado, retirando-lhe a invulgaridade que podia muito bem possuir.