27 março 2010

Parabéns...Quentin Tarantino!!!



"When people ask me if I went to film school I tell them, 'no, I went to films.'"


"Sure, Kill Bill's a violent movie. But it's a Tarantino movie.
You don't go to see Metallica and
ask the fuckers to turn the music down."



25 março 2010

Beetlejuice




Say it once... Say it twice... But we dare you to say it THREE TIMES!



Tim Burton no seu melhor!
Uma comédia burlesca e delirante sobre a morte, com um negro sentido de humor e uma irónica e certeira crítica à sociedade!
Um Michael Keaton fabuloso, numa composição excêntrica, frenética ou mesmo hiperactiva, completamente demente e pervertida!
Um filme hilariante, com um ritmo agitado, delirante e sarcástico!





Betelgeuse: These aren't my rules.
Come to think of it, I don't have any rules.

Betelgeuse: I'm a ghost with the most, babe.



23 março 2010

Música no Coração (IV)



Jeremy


"Ten" (1991), Pearl Jam





Podia escolher uma infinidade de músicas destes senhores do grunge...hoje decidi-me por esta! E porquê?

  • Uma mensagem forte e pertubadora...
  • Eddie Vedder canta com paixão, raiva e sentimento...
  • O baixo de Jeff Ament, com uma nota de fragilidade e desespero...
  • O videoclip, belo e único, tem uma qualidade quase cinematográfica...

22 março 2010

The Good Shepherd



“I am the good shepherd. The good shepherd lays down his life for the sheep.”


[Novo Testamento, Bíblia]




[Comentário]


A segunda incursão na realização de Robert de Niro, com uma câmara competente e focada nos pormenores, na tensão e no mistério…(toda a sequência de análise ao vídeo é absolutamente fascinante e de mestre!)

Matt Damon é magnífico, na pele deste homem obcecado pelo amor ao país, e assim, consequentemente só, desconfiado, paranóico e maquiavélico!
Angelina Jolie também numa conseguida interpretação, apesar de curta.
Excelentes e bem conhecidos secundários, como Alec Baldwin, Michael Gambon, William Hurt, Joe Pesci e o o próprio Robert de Niro!

Para mim, o filme é um interessante e bem-sucedido exercício histórico, não totalmente verdadeiro ou factual, mas que nos oferece uma curiosa e cativante perspectiva sobre as obscuras origens da CIA e o desenrolar da Guerra Fria, como se, por vezes, de um mero jogo se tratasse!


Joseph Palmi: You're the guys that scare me. You're the people that make big wars.
Edward Wilson: No, we make sure the wars are small ones.

Richard Hayes: I remember a senator once asked me. When we talk about "CIA" why we never use the word "the" in front of it. And I asked him, do you put the word "the" in front of "God"?

21 março 2010

The Lovely Bones


Susie Salmon: I was in the blue horizon between heaven and earth.

I wasn't looking beyond yet, I was still looking back.



Com muita pena minha, não pude deixar de sentir uma certa desilusão após ter visto “The Lovely Bones”! Melhor ainda, senti-me num limbo, fazendo uma pequena comparação com a história do filme! E porquê?

A primeira metade do filme é bastante boa, partindo de uma premissa muito interessante: Susie Salmon é assassinada, aos 14 anos, por um seu vizinho, e, presa ao tal limbo, um entre mundos, acompanha a vida da sua família e também a do seu assassino.
Peter Jackson concretiza estes 2 pontos de maneira primorosa. Por um lado, o aspecto visual é um sonho, criando um mundo belíssimo e fantástico de imaginação e magia! Basta lembrar, por exemplo, a cena dos barcos dentro das garrafas, uma magnífica metáfora do sofrimento do pai de Susie! Por outro lado, Jackson foi capaz de criar igualmente momentos de grande tensão e medo, a partir da personagem de Stanley Tucci, George Harvey, como a cena em que Susie Salmon finalmente se apercebe que morreu ou a cena perto do final em casa de Harvey.

Contudo, a segunda parte não é tão bem conseguida! Não li o livro de Alice Sebold, por isso não tenho conhecimento da história original, mas, na minha opinião, era necessário desenvolver de uma forma mais forte e séria o drama que se abate sobre a família de Susie Salmon! E isso não acontece! Além disso, começa a haver um desequilíbrio na história, entre o mundo de Susie e o mundo real, perdendo-se um pouco a magia associada ao limbo e causando uma perda de ritmo na história!

Se existe este certo desequilíbrio no argumento, o mesmo não se pode dizer das interpretações, felizmente!
Saiorse Ronan mostra mais uma vez o seu valor, após a sua excelente revelação em “Atonement”! Possui uma expressividade imensa, personificando na perfeição esta adolescente, doce, ingénua, criativa e forte, cuja vida lhe foi brutalmente arrancada!
Quanto a Stanley Tucci, é simplesmente soberbo e inesquecível! Não houve uma única cena em que não me arrepiasse, completamente sinistro e perturbador, graças a uma interpretação dedicada e esplêndida e a uma caracterização profunda e de grande qualidade!

“The Lovely Bones” era um dos filmes desta temporada que esperava com maior ansiedade, principalmente por ser realizado por Peter Jackson! Gostei do filme, mas esperava muito mais, e daí os sentimentos simultâneos de pena e insatisfação! No entanto, não deixa de ser uma boa e interessante proposta!

19 março 2010

Momentos (V)






John Givings: Hopeless emptiness. Now you've said it.
Plenty of people are onto the emptiness, but it takes real guts to see the hopelessness.



April Wheeler: Tell me the truth, Frank, remember that? We used to live by it. And you know what's so good about the truth?
Everyone knows what it is however long they've lived without it.
No one forgets the truth, Frank, they just get better at lying.




13 março 2010

Alice in Wonderland






Lewis Carrol inspirou-se em Alice Lidell e nas histórias contadas nos passeios de domingo; Tim Burton reinventa agora o clássico, oferecendo-nos antes a “Underland”!

E que deleite visual é “Underland”! Tão animadamente colorida e vibrante como inesperadamente desolada e inóspita, a Underland burtoniana é um jogo maravilhoso mas também assustador de contrastes, mantendo como sempre o tom ou espírito gótico, negro e bizarro tão característico do realizador!



Espírito esse que recria a história: já não estamos perante a criança Alice, inquisitiva e alegre, mas sim com a Alice adolescente que, vendo-se obrigada a um futuro no qual não terá nenhum poder de decisão, foge, na direcção do misterioso e inacreditável coelho branco de casaco e relógio de bolso que avistou continuamente pelos jardins! E quando espreita pela toca do coelho…bem…digamos que encontra mais do que aquilo que procurava!
Se esta introdução é já agradavelmente cómica, o mundo que Alice (re)descobre, e que nós descobrimos com ela, é tão deslumbrante como aterrorizador, tão cómico como sério, quase impossível de descrever, pois se pertence ao universo do imaginário e do sonho! Recheado do inimaginável, povoado por incríveis e excêntricas criaturas, é um lugar de que Alice já não se recorda, mas no qual está escrito que desempenhará um importante e libertador papel! E assim, Alice vê-se novamente face a um dilema, mais uma vez atormentada por um seu destino sobre o qual ela parece não ter nenhum controlo…O que fazer? Será ao longo da viagem por Underland que Alice encontrará a resposta, à medida que conhece os seus deliciosamente perturbados e desajustados habitantes: o esquizofrénico Chapeleiro Louco, o profético Absolem/Lagarta Azul, a hiperactiva Lebre de Março, o evaporante Gato Cheshire, o engraçado Coelho Branco, a teatral Rainha Branca, todos juntos na luta contra a malvada Rainha Vermelha!

Se o argumento é excelente, as interpretações não ficam nada atrás! Começo pelo carismático Johnny Depp, com mais uma brilhante e invulgar composição!


Helena Boham Carter tem uma das melhores interpretações que já lhe vi, na pele da pérfida e tresloucada Red Queen!


Mia é a Alice perfeita, com a combinação certa de inocência e força!
O elenco de vozes é igualmente fenomenal! Destaco Alan Rickman, com a sua voz grave, sábia e profética a emprestar solenidade ao papel de Absolem! Stephen Fry, Michael Sheen, Barbara Windsor, Matt Lucas, Paul Whitehouse e Timothy Spall são também magníficos!


Um último, mas não menos importante, elogio à banda sonora, a cargo de Danny Elfman. Frenética, invulgar e divertida, mas principalmente dramática e tensa, a abrilhantar ainda mais “Wonderland”!

Tim Burton é um verdadeiro contador de histórias e os seus ( anti-)heróis são sempre os inadaptados, os diferentes, os freaks, ao mesmo tempo que nos oferece sempre um lado mais pessoal, uma alma à história! Foi assim, entre tantos outros, em “Edward Scissorhands”, em “Big Fish”, em “Charlie and the Chocolat Factory”, em “Corpse Bride” e em “Sweeney Todd”, maravilhosos e fantásticos contos do bizarro! O mesmo acontece em “Alice in Wonderland”: ainda que sob a chancela da Disney, Burton presenteia-nos com a sua visão, simultaneamente gótica e irreverente, do maravilhoso mundo de Alice e o resultado é um filme encantador, tão hilariante como sério, visualmente arrebatador e extravagante (e com 3D q.b., a iluminar a história e não a sobrepor-se!)
Se o conto de Carrol é uma maravilhosa fábula sobre e para as crianças, desafiando-as e arrancando questões e gargalhadas, o filme de Burton trata dos dilemas e problemas da passagem à idade adulta, sob o prisma de Alice, a menina forte e sonhadora que não se adapta aos costumes da sociedade vitoriana, hipócrita e moralista!

A uma dada altura, Alice diz: “Eu penso em 6 coisas impossíveis antes do pequeno-almoço!” E não é esta uma espantosa e inspiradora maneira de ver a vida? Afinal, algo só é impossível se acreditarmos que assim o é!


08 março 2010

Óscares 2010


Gostava que a noite tivesse sido assim...





Mas a noite foi de uma mulher, a primeira a receber o Óscar para Melhor Realização :), juntando-se às estatuetas de Melhor Filme e Melhor Argumento Original para "The Hurt Locker"! Foram 6 em 9, contando com as categorias técnicas!


Kathryn Bigelow



De resto, foi uma cerimónia algo previsível, sem grandes surpresas na maioria dos vencedores: nas interpretações, Jeff Bridges, Sandra Bullock, Mo'Nique e claro, Christoph Waltz!; "Up" arrecadou Melhor Filme de Animação e Melhor Banda Sonora; Avatar ganhou 3 categorias técnicas e felizmente ficou-se por aí! Diria que a única surpresa tenha sido a vitória de "El Secreto de Sus Ojos" como Melhor Filme Estrangeiro, quando, do que li, "The White Ribbon" e "Un Prophete" eram os principais candidatos!

Quanto à cerimónia em si, não achei que tenha sido muito dinâmica, como os seus produtores aspiravam com as mudanças efectuadas (tempo do discurso, entrega prévia dos Óscares Honorários...). Por vezes, parecia uma mera corrida, com os prémios apenas a sucederem-se...Excepção feita para a apresentação da categoria de Som, com o senhor Morgan Freeman a emprestar a sua voz profunda e grave à introdução, e a apresentação dos nomeados para Melhor Banda Sonora, uma conjugação muito boa de música e dança!

Para finalizar, gostei dos discursos de Christoph Waltz (muito eloquente e contido, mas a notar-se bem a sua emoção e felicidade! como nos Globos de Ouro) e de Sandra Bullock (este já bastante emotivo, mas também engraçado, ao saudar as suas colegas nomeadas!)

Lista completa dos vencedores aqui.

Com grande pena minha, não foi a noite dos Basterds, exceptuando o prémio para Christoph Waltz, mais que merecido!


Foi o momento de "The Hurt Locker" e de Kathryn Bigelow, a 1º mulher a receber o Óscar de Melhor Realizador! Não vi o filme...não me posso verdadeiramente pronunciar...


Argumento Original...



Desilusão! Tristeza!


Ganhou "The Hurt Locker"...


Começando assim, infelizmente o mais certo é hajam mais injustiças ao longo da noite! :(

Mas eu ainda acredito no Tarantino e nos seus Basterds!

Viva Christoph Waltz!


Já era previsível (e ainda bem!) mas não deixou de ser emocionante e,claro, merecedíssimo!



Col. Hans Landa: [to Perrier LaPardite] I love rumors! Facts can be so misleading, where rumors, true or false, are often revealing.


Col. Hans Landa: Au revoir, Shosanna!


Col. Hans Landa: Now if one were to determine what attribute the German people share with a beast, it would be the cunning and the predatory instinct of a hawk. But if one were to determine what attributes the Jews share with a beast, it would be that of the rat.
If a rat were to walk in here right now as I'm talking, would you treat it to a saucer of your delicious milk?

Perrier LaPadite: Probably not.
Col. Hans Landa: I didn't think so. You don't like them. You don't really know why you don't like them. All you know is you find them repulsive. Consequently, a German soldier conducts a search of a house suspected of hiding Jews. Where does the hawk look? He looks in the barn, he looks in the attic, he looks in the cellar, he looks everywhere *he* would hide, but there's so many places it would never occur to a hawk to hide. However, the reason the Führer's brought me off my Alps in Austria and placed me in French cow country today is because it does occur to me. Because I'm aware what tremendous feats human beings are capable of once they abandon dignity.

07 março 2010

Desejos para uma noite áurea (II)



A consagração dos "Basterds"!





Melhor Actriz Secundária

Os piores do ano

Com a maior ou menor credibilidade que damos aos Razzies, a noite de ontem foi assim...

Os Transformers apropriaram-se de praticamente todas as indesejáveis "framboesas douradas"!

E Sandra Bullock foi considerada a pior actriz de 2009...Fica a curiosa questão, conseguirá Bullock a proeza de ser considerada a pior e a melhor intérprete feminina do ano? Mas a actriz até tem um bom fair-play, digamos assim!




Lista completa dos vencedores aqui.

06 março 2010

Música no Coração (III)


Borrow


Silence Four: Silence Becomes It (1998)




Uma música da minha adolescência, ou pelo menos dos seus inícios...Ainda hoje a ouço e a sei de cor e também de quase todas as suas companheiras..."Borrow" é especial, é uma grande música, de uma das bandas que mais gosto, apesar de entretanto terem terminado...

Mas também poderia escolher uma outra canção deles, porque todas tinham para mim algum significado, uma letra e música excelentes e a voz de David Fonseca...Dou como exemplo a magnífica colaboração com Sérgio Godinho, em português, para ouvir e sentir com a alma! Olha, e não teremos nós todos "Sextos Sentidos"?


Sextos Sentidos

Silence Four: Silence Becomes It (1998)
(com Sérgio Godinho)





Eu toco, eu fujo, eu volto, eu passo
Giro nos meus seis sentidos
Eu desço à terra e subo ao espaço
Agarrado aos seis sentidos

Burton em sessão dupla!



Hoje na RTP2, a partir das 22h40...


Beetlejuice (1988)





Pee Wee's Big Adventure (1985)


O País das Maravilhas de Tim Burton!

Visualmente encantador e assombroso, a reinvenção da história de Alice pela visão fantástica e criativa de Burton, com o seu habitual e delicioso toque gótico!




Fui à "Underland" de Burton...e não queria regressar a casa!


Crítica em breve

04 março 2010

Fish Tank

Sessão do Fantasporto 2010


Life is a bitch and then you die?

Fish Tank: um retrato magnífico, profundo e não condescendente do crescer, centrado em Mia, uma jovem de 15 anos, indisciplinada, zangada com o mundo, e no que acontece quando conhece o novo namorado da mãe.

Mia é uma personagem magnética: a sua rudeza, a sua má - educação e a sua rebeldia chocam-nos, mas, ao mesmo tempo, não conseguimos deixar de não gostar dela pela sua (escondida) vulnerabilidade, pela sua atitude e pela sua paixão pela dança. Mia está presa à vida nos subúrbios, à sua família problemática e desequilibrada, aos confrontos com tudo e todos. Desespera então por uma saída deste “aquário”, tentando escapar pela bebida e pela dança. A estreante Katie Jarvis é incrivelmente admirável e cativante, oferecendo-nos uma interpretação forte e real! Sentimos a sua revolta e a sua solidão e também a sua inocência, vulnerabilidade e esperança.


Michael Fassbender tem igualmente uma actuação de peso: o seu Connor, carismático e atraente, surge como um foco de esperança e mudança para Mia, encorajando-a e aparecendo como alguém carinhoso e interessado, o oposto do que Mia obtém da família.


Para além das impressionantes interpretações, o melhor de Fish Tank é não ceder nem a clichés, nem ao melodrama, nem a moralismos ou condenações. A história é algo real, algo em que acreditamos e também com o qual nos podemos identificar! As suas personagens não são perfeitas, não se enquadram no típico extremo do bom ou do mau: são antes repletas de dualidade e contradições, num mundo que não é, de facto, a preto e branco, mas sim vivido em diferentes tons de cinzento!

Uma excelência do cinema britânico, um filme soberbo, tão sério como irreverente, definitivamente a não perder!


Obrigado Fantasporto!

01 março 2010

Alice! You're terribly late...



E enquanto espero, aproveito para me deliciar com os livros, lançados agora numa excelente e apropriada iniciativa do Expresso!